Mais Tranquilidade Ludmila de Moura

Entendimentos e Estratégias Para Redução da Ansiedade.

Você confunde MEDO com Ansiedade? Descubra porque isso acontece e como encontrar mais tranquilidade e entendimento pessoal sobre esse mal que é a ansiedade e que pode causar diversos problemas em nosso organismo.

Ansiedade é o que estou sentindo antes e durante a execução deste artigo.

Geralmente é acompanhada de sensações físicas, desconfortáveis como taquicardia, palpitação, boca seca, tonturas, tremores, sensação de calor ou frio, “nó” na garganta, suor nas mãos…

É considerado um sentimento de apreensão, de tensão, de preocupação com algo relacionado ao futuro, que ainda irá acontecer, acompanhado de medo, como se algo perigoso estivesse por acontecer.

Para alguns estudiosos, o medo é de algo palpável, concreto de algo que eu posso evitar, enquanto que a ansiedade é por algo vago, que muitas vezes eu nem sei bem por que.

Então confundimos medo com ansiedade?

Sim. Acho que é porque a ansiedade geralmente vem acompanhada de medo.

Mas então podemos sentir ansiedade, sem saber o por quê!

O medo nos protege da gente se expor ao risco, é um sinal de alerta de perigo, é uma defesa mantida desde os nossos ancestrais homens da caverna!

E é preciso (é biológico) que tenhamos um pouco de medo diante de várias situações, para não nos expormos a riscos desnecessários – como acidentes.

O medo e a ansiedade passam a ser considerados patológicos quando são exagerados em relação ao fato que deu origem a eles, quando há bloqueios e a pessoa não consegue desempenhar as atividades esperadas no dia a dia. Aí é necessário buscar ajuda profissional.

Mas continuo a escrever e vou me acalmando aos poucos, conforme consigo ir organizando as ideias.

E o que me faz continuar?

Acredito que o que me faz continuar, apesar do medo, é uma razoável autoestima. Mínima que seja para dar a segurança de que devo prosseguir, que tenho alguma experiência para trocar…

Autoestima a gente começa a ganhar, lá na infância, nos primeiros anos de vida, nas relações com nossos cuidadores (pais/ responsáveis que nos criaram). Pois eles são os espelhos que aprovam ou desaprovam nossos comportamentos.

E assim vamos crescendo, na maioria das vezes procurando agir como eles desejam, para garantir que eles continuem a nos amar.

Mas algumas vezes os pais são muito exigentes com as crianças, pedindo que executem algo ou tenham um comportamento acima da capacidade deles, em determinada idade.

E quando a criança não satisfaz a expectativa desse adulto, ele a desqualifica, ofende, humilha… E assim ela vai se sentindo cada vez mais incapaz, tendo uma imagem cada vez mais negativa de si mesma.

E então, na maioria das vezes, desiste de experimentar, de fazer coisas novas, com medo de errar, de não satisfazer seus pais. Sente-se um fracasso. E aí pode se criar um círculo vicioso,

É difícil para a criança pequena entender que o problema pode estar nos seus pais, não em si. Muitas reações inadequadas dos pais ocorrem por desentendimentos conjugais, alcoolismo, falta de dinheiro etc, que acabam sendo “descontados” nos filhos.

Pais extremamente rígidos ou superprotetores dificultam que seus filhos possam aprender com as experiências, pois costumam evitar que eles se arrisquem a explorar novas atividades, lugares e estar com pessoas que não sejam eles mesmos.

Aí a criança cresce com um repertório muito limitado de comportamentos, sentindo-se insegura, medrosa, pouco criativa, dependente … e como um círculo vicioso, essa limitação impede novas aprendizagens, que leva a mais insegurança, a insegurança leva a não se arriscar… e assim por diante…

Então pode se tornar um adulto ansioso, inseguro, com baixa autoestima, pois não correspondeu às expectativas de seus pais… e essas expectativas foram internalizadas, tornaram-se inconscientes, mas determinam muito de nossos comportamentos atuais…

Bom, você pode estar se perguntando: se eu não tenho mais como mudar o meu passado, a minha relação com meus pais, não posso mais melhorar minha autoestima?

Pode sim: depende de primeiro você compreender que não estamos aqui para “culpar” seus pais, mas você pode entender que eles agiram na melhor das intenções, achando que era certo o que estavam fazendo… pois na época deles, o certo era reprimir, punir os filhos, até fisicamente.

Então você precisa primeiro “perdoar” seus pais. Não precisa ser fisicamente, de uma forma concreta (até porque eles podem não estar mais vivo, como os meus!), mas precisa compreendê-los na sua mente, nos seus sentimentos. Pode até escrever uma carta pra eles e entregar, ou não…

Escrever ajuda muito a entender nossos sentimentos!!!

Outro ponto importante é você aprender a reconhecer seus avanços, suas qualidades, se elogiar a cada nova conquista, enfim, como eu digo, “ser amorosa/o consigo mesmo”. Aceitar que somos humanos, imperfeitos, mas que procuraremos fazer as coisas “o melhor possível”.

Também precisamos deixar de depender tanto da opinião dos outros para nos aceitarmos. É bom e necessário saber o que é considerado adequado em determinada situação – na família, no trabalho, mas temos que ir desenvolvendo nossos critérios do que é bom para nós – aumentando nossa autoconfiança.

E isso também tem a ver em exigir cada vez um pouquinho mais de nós mesmos, no que executamos – o que eu chamo de “se arriscar em novas experiências”. Se te convidarem para um cargo novo – diga que pode tentar, peça ajuda de quem tem mais experiência, não precisa se cobrar que não pode mudar de ideia e voltar atrás na sua decisão.

Muitas vezes ficamos infelizes em determinada situação – emprego, casamento, porque nos cobramos que temos que ficar até o fim – mas não, podemos mudar!

Devemos ir à busca do que nos faz mais feliz, pois somente assim poderemos também fazer feliz quem está conosco – sejam filhos, companheiro, colegas de trabalho.

E encerro com a oração da serenidade, que diz que “devemos aceitar o que não podemos mudar, ter coragem para mudar o que podemos e sabedoria para diferenciar essas situações”.

Até breve!!!

 

Sobre o autor | Website

Professora na graduação e pós-graduação na UNIP – Universidade Paulista. Psicóloga, mestre em saúde mental (USP), com especialização em psicologia dinâmica (USP), Psicanálise (IPA-UCDB) e Terapia Familiar (ABRATEF – ATFMS). Cursos de extensão em “Tanatologia” e em “Perdas e Luto”. Iniciei meu Doutorado da UNIFESP – Baixada Santista com o tema de “Violência de gênero” em junho de 2014. Atualmente também estou estudando para focar meus conhecimentos na área de Coach.

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